Foto: Arquivo Pessoal

Rafael José da Silva, nasceu em Blumenau, Santa Catarina e, apesar de a família dele não ter condições financeiras, ele sonhava em ser médico desde pequeno. A certeza veio quando a avó dele ficou doente.

“Minha vó paterna foi diagnosticada com câncer de reto em estágio avançado – e que foi algo que abalou muito minha família – e influenciou bastante minha escolha, cheguei inclusive a ajudar a cuidar dela por um tempo”, contou Rafael, em entrevista ao SóNotíciaBoa.

Aluno de escola pública desde o Ensino Fundamental, ele decidiu que queria estudar na USP, a maior universidade brasileira, mas não tinha dinheiro para pagar cursinho. O jeito foi rachar de estudar.

“Nunca fiz cursinho pré-vestibular e estudei por conta própria no ensino médio, preparando-me para o vestibular. No final do terceirão, a FUVEST (vestibular da USP), foi o primeiro e único vestibular que prestei. Fui aprovado na primeira tentativa e na primeira chamada”, lembrou.

Vida dura

Hoje, Rafael está no quarto semestre de medicina na USP e gasta o mínimo possível para sobreviver e se manter em São Paulo, longe dos pais.

Ele mora em um alojamento fornecido pela Faculdade de Medicina a estudantes carentes, a Casa do Estudante de Medicina e depende de bolsas para estudar e comer.

“Recebo bolsas de auxílio da faculdade: bolsa afinal (uma bolsa de auxílio financeiro, de 400 reais mensais), passe livre e bolsa alimentação (almoço e jantar de graça). Além disso, meus pais, obviamente, ajudam-me conforme eles podem”, conta.

Harvard

Este ano Rafael decidiu subir mais um degrau na escada e inscreveu para fazer um intercâmbio de pesquisa científica na Universidade de Harvard e foi aprovado!

“Nesse programa, há vários laboratórios associados, da HSPH (Harvard School of Public Health) e da HMS (Harvard Medical School). O intercâmbio tem 1 ano de duração. Durante esse período ficarei no laboratório do prof. Masanori Aikawa, da HMS e do Brigham and Women’s”, disse.

Ele deverá passar o ano de 2018 fazendo pesquisa científica na área da Cardiologia, e estudar temas como aterosclerose, que desenvolve placas de gorduras nas artérias do corpo e pode causar infarto e AVC.

A luta agora é para sobreviver durante 1 ano nos EUA.

“O valor que Harvard estima como custo de vida de 1 ano em Boston é de U$ 22.960,00”- mais de 70 mil reais, contou o estudante

Vaquinha

Sem medo de ser feliz, Rafael arregaçou as mangas e abriu uma vaquinha eletrônica no Catarse para levantar R$ 50 mil. Em 6 dias ele conseguiu quase 20% do que precisa. “Na vaquinha online, consegui até então R$ 8.830. E na minha conta, consegui aproximadamente R$ 900 de doações.

Solidário

Rafael prometeu que se conseguir ir para Harvard vai realizar o sonho de um garoto pobre como ele, depois que se formar e arrumar emprego:

“Pretendo ajudar financeiramente pelo menos um estudante, na mesma proporção que estou precisando ou, eventualmente, até mais”, disse ao SóNotíciaBoa.

Até lá o estudante vai usando o que aprende na USP para ajudar pessoas, em atividades extracurriculares.

Desde o primeiro semestre ele é membro – e atualmente diretor de didática – de um programa chamado Extensão Médica Universitária, que presta atendimento médico voluntário a comunidade.

E também é tutor-coach no cursinho pré-vestibular Med-Ensina, organizado por alunos da FMUSP que ajuda alunos carentes a se preparar para vestibular concorridos.

Merece ou não merece ajuda esse brasileiro estudioso e obstinado?

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Com informações do jornalista Rinaldo de Oliveira do site sonoticiaboa

 

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