Foto: Reprodução / Internet

O mundo é dos conectados, isso é fato. Por onde você passa, pode olhar ao lado, alguém estará com olhos e dedos direcionados a uma telinha. O número de pessoas que aderiram à tecnologia cresce a cada dia. Na era da informação  fotógrafos e cinegrafistas amadores registram conteúdo a todo momento. As publicações instantâneas nas redes sociais alcançaram o topo dos desejos.

São muitos os atalhos e aplicativos que facilitam nossas vidas. Eles vão desde a resolução de um problema do cotidiano (como fazer uma conta) até a marcação de uma consulta. São ferramentas que moram dentro do seu celular e te oferecem todo tipo de serviço.

Uma ferramenta das mais simples, presente em quase todos os telefones celulares é a câmera. Com ela você pode tirar fotos, gravar vídeos e até editar. Fácil, né? É, mas, toda essa facilidade traz a tona uma prática preocupante e inconsciente. Fotos e vídeos de vítimas de acidentes em situação vulnerável tem sido expostas na internet sem qualquer consentimento da vítima ou da família.

A Campanha

Pensando em educar o maior número de cidadãos, bombeiros da cidade alemã de Osnabrück lançaram uma campanha nas redes sociais: Sei Kein Gaffer, traduzindo para o português: Não Seja Curioso! O alvo são pessoas indiscretas que gravam vídeos e tiram fotos de acidentes com o único propósito de alcançar um grande público na divulgação do conteúdo. O material é compartilhado pelo mundo em segundos. Quanto mais chocante, mais será compartilhado.

O vídeo da campanha espalhou-se com rapidez e serve como material de divulgação para educar acerca dessa atitude em todo o mundo. O questionamento é: será que o indivíduo que está exposto à situação de dor e tragédia gostaria que sua imagem fosse evidenciada dessa maneira? “A dignidade de uma pessoa é inviolável”, afirma Silvia Darmstadter, da Associação de Bombeiros alemã.

Outro agravante é a perturbação que causa para o corpo de bombeiros, médicos socorristas e policiais no momento do resgate e socorro das vítimas. Ter várias pessoas registrando um acontecimento trágico não ajuda em nada, somente atrapalha. Além de causar constrangimento e perca de tempo para os profissionais engajados na ocasião.

No Brasil

Em 2016, na ocasião do acidente aéreo com o time da chapecoense, internautas fizeram uma campanha para que fotos do desastre não fossem compartilhadas. Poucas horas após do acidente, imagens começaram a ser divulgadas nas redes sociais e aplicativos móveis, informando se tratar das vítimas da tragédia.

Humilhar, menosprezar ou ofender através de palavras, gestos e ações pessoas mortas é crime no Brasil. Está previsto no artigo 212 do Código Penal Brasileiro o Vilipêndio de Cadáveres ou cinzas, é considerado crime contra o respeito aos mortos.

Fotos e vídeos, ao cair na mídia, tem uma propagação rápida e assustadora. Assim como na campanha dos bombeiros alemãs, é necessário maior dialogo de conscientização para que mais e mais pessoas não caiam na terrível tentação de propagar a dor do outro. Trata-se de um ser humano, em muitas ocasiões lutando pela vida.

Segue o vídeo da Campanha:

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