Foto: Esdras Falcão
Foto: Esdras Falcão

Se você costumava acompanhar matérias esportivas na televisão no final da década 1980 e durante a década de 1990, certamente vai lembrar do repórter esportivo Victor Hannover. Foram aproximadamente 28 anos produzindo reportagens e cobrindo grandes partidas de futebol.

Apesar de ter o seu nome vinculado a esse tipo de jornalismo, ele também fez outros tipos de matéria, trabalhou com jornalismo policial e entretenimento.

Acostumado com improvisos, correria, fama e sobretudo com o domínio da própria vida, o repórter acabou sendo vítima de si mesmo. Uma bebida aqui, outra ali, o vício passou a fazer parte do seu cotidiano. E ele, que afirmava ter total controle de seus atos e saberia perfeitamente o momento de parar, acabou por perder a direção.

Hoje ele continua vivendo e produzindo comunicação, mas, de uma maneira diferente. Hannover aposta no potencial das novas mídias e possui uma TV na internet, é a tvvictorhannover, no Facebook.

Aos poucos ele conquista o público, se prepara para o lançamento do seu canal no YouTube e concilia com o trabalho na rádio web Estilo FM.

Sobre o vício e a recuperação

No auge de uma crescente carreira profissional, houve um desequilíbrio. Tudo que parecia em perfeita harmonia desandou, trazendo sofrimento e instabilidade.

“Eu sempre bebi e isso não era problema, funcionava como uma recreação. Mas, chegou um momento da minha vida que passou a ser todos os dias. Eu não fui ingênuo, eu pensei que teria controle. Eu era tão consciente da minha responsabilidade profissional que não imaginei que chegaria ao fundo do poço. Usei uma vez a cocaína e não consegui parar. No bar que eu estivesse sempre tinha alguém para me oferecer. A cocaína me derrubou em três meses”, relembrou.

Dependente do álcool e das drogas, não havia condições de conciliar com a vida de repórter bastante requisitado. Houve a tentativa de reabilitação em duas clínicas, mas, sem progresso.

Ao sair das duas primeiras internações, a recaída aconteceu. A dependência foi tão agressiva que ele passou a viver recluso, ciente dos riscos, mas sem força para sair e  aceitar que precisava de ajuda. Não era permitido mais ninguém em sua vida.

Além do apoio da família, Hannover contou com a ajuda de um empresário cearense. Ele insistiu e não desistiu de oferecer tratamento, apesar das negações de Hannover. Mas, depois de muita perseverança, ele trouxe até a vida do repórter a psicóloga Elismar Santander.

Foi ela que, depois de muita obstinação, conseguiu acender uma esperança de mudança que ele achava não ser mais possível. A terceira tentativa foi diferente, e contou com a ajuda de outros profissionais, fundamentais para o caminho que levava à recuperação.

“Eu fiquei dois meses trancado em um hospital psiquiátrico, convivendo com pessoas com fortes transtornos mentais. Depois do processo de desintoxicação, observei ao meu redor e percebi que não deveria estar ali”. Precisei desse choque de realidade, que foi crucial para eu entender o que é sofrimento e que eu tinha que tentar vencer”, relatou.

“Eu eliminei todos os vícios da minha vida. Não existe o beber socialmente para um ex-dependente. Hoje eu tenho consciência dos riscos e não suporto a possibilidade de uma recaída. Eu não posso! Até a lembrança do cheiro da cocaína me faz mal, me causa asco”.

Vida Nova

Não é segredo para ninguém que as pessoas estão grudadas no celular. A infinidade de informação é tamanha e a liberdade de produção também e é  justamente com esse pensamento que o apresentador retornou suas atividades e projetos.

Alguns deles já estão nas plataformas, como é o caso da web rádio Estilo FM, através do Facebook. Transmissão para todo o mundo via internet, compartilhamentos e opção de download gratuito têm chamado a atenção dos internautas brasileiros e estrangeiros.

“As novas plataformas nos enchem de possibilidade. Eu posso estar em vários lugares ao mesmo tempo, posso interagir com o público e as pessoas podem assistir ou ouvir no momento que acharem mais oportuno. Para mim é muito prazeroso trabalhar com as novas mídias e o público jovem. Esse é o público que eu quero me aproximar cada vez mais”, explica Hannover.

Além da motivação para o trabalho, Hannover também reserva um tempo para palestras, onde o assunto é a sua história e serve como alerta, principalmente para os jovens. As primeiras foram gratuitas e hoje é cobrado um valor semelhante a uma ajuda de custo. Esse valor diz respeito às despesas do trabalho, como deslocamento e cobertura do evento através das mídias sociais, com a equipe da tv Victor Hannover na internet.

“Eu conto a história da minha vida. Não faço isso por dinheiro. Palestras não me sustentam e não quero fazer disso um meio de vida. Eu quero que as pessoas entendam a existência dos riscos. Eu estou ali me expondo para evitar que outras pessoas passem pelo que passei e para provar que é possível sair do mundo das drogas, é possível vencer”, finalizou.

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2 COMENTÁRIOS

  1. PARABÉNS PELA SUA SUPERAÇÃO!!! Continue firme e inspire outros jovens a conhecer sua história e abster-se de entrar nesse caminho tortuoso!!!! Sua avó era prima de meu avó, e eu quando ainda jovem os conheci a Maria José de Paula e o seu avó Victor. Eu gostava muito do jeito que você fazia sua reportagens sempre com rimas. Sucessooo!!!
    Abraço fraterno!!!!

  2. Fico muito feliz com este rico depoimento do Victor Hannover. Tive a oportunidade de trabalhar com ele e sei da pessoa bacana que ele é. Superar tantos desafios faz dele um vencedor. Que sua história inspire outras pessoas que enfrentam problemas semelhantes. Sei que com a determinação do Victor, esta atual etapa, antenado com as tendências inovadoras da comunicação, Victor já é um sucesso. Parabéns, meu amigo! Muitas felicidades pra você. E mais uma vez, a Agência da Boa Notícia nos oferta uma bela história.

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